quarta-feira, 15 de julho de 2020

História 12º Termo EF EJA - JK e o Desenvolvimentismo


O objetivo é mostrar que houve outra tentativa de golpe ditatorial depois da morte de Vargas, e mostrar o estilo de governo de JK.


      

Primeira cédula eleitoral, com
candidatos a presidente e vice.
Observem que também se vo-
tava para vice-presidente.
Café Filho, o golpista. Ficou apenas 3 dias
como presidente.

Juscelino Kubitschek de Oliveira, o JK, conseguiu marcar seu nome na história. Ele foi eleito presidente devido a suas ligações com o partido político do suicida Getúlio Vargas, e portanto com forte apelo popular devido ao efeito em massa que o suicídio teve no povo. Assim que ganhou as eleições, conspirações políticas tentaram impedir a posse dele. Café Filho, o atual presidente que foi vice de Vargas e assumiu após seu suicídio, também ficou interessado em um golpe político e se fingiu de doente, deixando que o presidente da Câmara, Carlos Luz, assumisse totalmente o país. Luz era do mesmo partido de Kubitschek, porém com fortes ligações com a UDN, o partido rival. Possibilidades de golpe presidencial, pois era quase certo que, estando Luz no poder, no dia da posse, ele não daria a faixa presidencial a Kubitschek, implantando assim o golpe. Mas o general Lott, um militar que defendia a democracia e era ministro de Guerra do governo, evitou o pior: assim que foi demitido por Luz, que expediu uma ordem de prisão pra ele, antes da posse do seu substituto – outro general que era aliado ao presidente em exercício –, de noite dois generais que comandavam zonas militares manifestaram repúdio ao afastamento de Lott, motivando este a devolver a ordem de prisão para Luz em plena madrugada, junto com vários soldados cercando o Palácio do Catete.


General Lott. O militar considerado o maior
defensor da democracia e o que a salvou na
presidência de JK, foi preso anos depois
quando se manifestou contra a Ditadura Mi-
litar. Morreu em 1984 sem nenhuma honra
militar.
Em desespero, Carlos Luz e seus ministros embarcaram no Cruzador Tamandaré, junto com vários dos seus ministros, incluindo o infame Carlos Lacerda. Mas tropas do exército, em seus fortes, atiraram contra o Cruzador, mas sem fazer nem cócegas, de propósito: como aquele cruzador era um dos maiores da época, caso revidasse, muitas pessoas e militares morreriam ali, motivo pelo qual Carlos Luz não mandou revidar. Ao terminar a guerra, o cruzador fugiu para Santos, porque Jânio Quadros, governador na época, queria armar uma resistência a isso, mas desistiu da ideia: pois na Câmara estava sendo votado o impeachment de Carlos Luz, a pedido de Lott – que imediatamente reassumiu o ministério da Guerra – alegando que, como presidente em exercício, Luz deixou o território brasileiro sem autorização do Congresso. Este alegaria, em resposta, que estava em “águas territoriais”, sem falar aonde é. Foi aprovado o impeachment e posto o presidente do Senado na presidência da República, Nereu Ramos, o que fez Jânio recuar da proposta de resistência em favor de Luz.

Mas de repente Café Filho diz que tá curado e recebeu alta! Tenta reassumir a presidência! Mas Café Filho já havia se manifestado contra a posse de Juscelino, deduzindo-se a partir daí que a doença dele foi fingida e, se assumisse a presidência, iria repetir a cena de novo. Diante disso, Lott mantém o presidente isolado em seu apartamento, sob escolta militar, e pede ao Congresso o impeachment de Café Filho, alegando os motivos já ditos aqui. Foi votado no mesmo dia, na Câmara e no Senado. Nereu Ramos, presidente do Senado, era mantido presidente até a posse concretizada de JK.

O desenvolvimentismo

Diploma de Presidente da República de JK.
Adotando o lema “crescer 50 anos em 5”, Juscelino iniciou seus projetos de fortalecimento da economia, o Plano de Metas. A onde de pensamento era simples: se quiser que um país cresça, deve-se fomentar a indústria. Nada de agro-exportação, mas siderúrgica, estradas e usinas hidrelétricas. Dinheiro era emprestado pra quem quisesse construir fábricas. Mas diferente de seu parceiro político Getúlio Vargas, Kubitschek permitiu o capital estrangeiro, sem nacionalismo, sem exclusivismo. Foi a era das grandes construções, da televisão, do rádio, da enceradeira (!), batedeira elétrica, do automóvel, que era o forte da indústria.  Fundou a cidade de Brasília, na qual muita propaganda foi feita em cima, para valorizar o que há de melhor na indústria.


JK: “Tenho apelado para o Patriotismo dos dois, Jeca,
porém eles não se entendem!”. Desenhado por Théo, 
publicada na  revista Careta de 23/04/1960.
Mas os problemas que começaram a surgir eram óbvios. Pra começar, os países desenvolvidos, capitalistas, jamais foram subdesenvolvidos como nós. Sendo assim, teríamos que crescer de maneira diferente, não é? Coisa que JK não percebeu, nem procurou saber. Ser industrializado não é o mesmo que ser desenvolvido. Lembrem-se disso quando ouvirem sobre “fortalecer a indústria”. Há muito que a nossa indústria e urbanização são maiores que muito país desenvolvido, então porque ainda somos parte do Segundo Mundo? Repetindo, ser industrializado não é o mesmo que ser desenvolvido.

E quem é que comprava todos aqueles automóveis, batedeiras, televisão e tudo o que é bom? Com certeza não a maioria: era a classe média quem tinha o dinheiro. Apenas uma fração pequena do resto do Brasil inteiro! Isso resultava num limite de crescimento dos ricos e classe média, que estagnaram. No final do governo JK, o salário mínimo era menor do que no começo.  Quando concentra a renda nas mãos da elite, o mercado é estrangulado e o crescimento sufocado.

No fim das contas, o próprio governo provocou a inflação. Isso ajuda a compreender o momento em que Jânio Quadros viria, cujo assunto é pra próxima aula. Por isso tudo devemos sempre olhar os dois lados antes de tomar uma decisão.

Agora assistam o documentário “Brasília: projeto capital” https://www.youtube.com/watch?v=6adcvvV3I9A

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