segunda-feira, 13 de julho de 2020

História 8º Ano EF - Independência do Brasil

Aula exibida no CMSP - 08/07/2020



Habilidade:

  • Analisar o processo de independência em diferentes países latino-americanos e comparar as formas de governo neles adotadas.
Objetivo:

  • Analisar o processo de independência do Brasil, desde a chegada da Família Real, em 22 de janeiro de 1808, até o acordo de endividamento e dependência ao capital inglês.
Registre suas considerações sobre o tema e as atividades propostas


Antecedentes da Independência do Brasil
  • 22 de janeiro de 1808 Transferência da Corte portuguesa para o Brasil;
  • 1815 D. João VI eleva o Brasil a vice-reino;
  • 1820 Revolução Liberal do Porto
  • 1821 D. João VI retorna a Portugal


Período Regencial de Dom Pedro I no Brasil

A eclosão da revolução Liberal do Porto, em 1820, forçou a volta de João VI para Portugal em abril do ano seguinte, ficando Pedro no Brasil como seu regente.

As elites e seus interesses no Brasil

Partido Brasileiro: Formado por fazendeiros, altos funcionários e ricos comerciantes. Defendia a independência e uma monarquia chefiada  por D. Pedro.
Partido Português: Composto de ricos comerciantes portugueses. Aprovava a política das Cortes de recolonizar o Brasil.
Liberais radicais: Eram membros das camadas médias urbanas. Defendiam a ruptura com Portugal, a instalação de uma república e o fim da escravidão.

Dia do Fico

"Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico."
Dom Pedro de Alcântara, 9 de janeiro de 1822  
  • As Cortes portuguesas exigem o retorno imediato de D. Pedro;
  • Os liberais radicais, em resposta, organizaram uma movimentação para reunir assinaturas a favor da permanência do príncipe;
  • Assim, pressionariam D. Pedro a ficar com 8 mil assinaturas.

Independência do Brasil - 7 de Setembro de 1822

A Independência do Brasil foi declarada em 7 de setembro de 1822, quando aconteceu o Grito do Ipiranga. O Brasil transformou-se em uma monarquia governada por d. Pedro I. Por meio da independência, o Brasil deixou de ser uma colônia portuguesa e passou a ser uma nação independente.



ATIVIDADES

1- Leia as fontes e responda:

Fonte 1 - Carta que S. Magestade dirigia S. A. R. e Principe Regente do Brasil, e Seu Defensor Perpétuo. 


Meu filho, não tenho respondido ás Tuas Cartas por de terem demorado as ordens das Cortes, agora receberás os seus Decretos, e te recommendo a sua observancia e obediencia ás ordens, que recolieres, porque assim ganharás a estimação dos Portuguezes, que um dia has de governar, e he necessario que lhe dês dicididas provas de amor pela Nação. 

Quando escreveres lembrate, que fies em Principio, e que os teus escriptos são vistos por todo o mundo, a dever ter cautella, não só no que dizes, mas também no modo de te esplicares. Toda a Familia Real estamos bons; resta-me abençoar-te como Pai, que muito te amou. 

João. Paço de Quelús em 3 de agosto de 1822. 

Fonte: Carta na qual D. João VI aconselha que seu filho não desobedeça a corte portuguesa.


Fonte 2 - Resposta de D. Pedro 

Rio 1822/9 22 Meu Pai e Senhor 

Tive a honra de receber de Vossa Magnitude uma Carta datada de 3 de Agosto, na qual Vossa Magestade me reprehende pelo meu modo de escrever, e falar da facção Luso-Espanhola (se Vossa Magestade me permitte, eu e meus irmãos Brasileiros lamentamos muito e muito o estado de coacção em que Vossa Magestade jais sepultado) eu não tenho outro modo de escrever, e como o verso era para ler medido pelos infames Deputados europeos e brasileiros do partido d’essas despoticas Cortes Executivas, Legislativas e Judiciarias cumpriu ser assim: e como eu agora, mais bem infamado, sei que Vossa Magestade está positivamente preso, escrevo (esta ultima Carta sobre questões, já dicididas pelos Brasileiros) do mesmo modo, porque com perfeito conhecimento de causa estou capaz tudo, que o estado de coacção, a que Vossa Magestade se acha reduzido, he que o faz obrar bem contrariamente ao Seu liberal genio. Deos nos livrando de outra cousa pensassemos. 

Embora se decrete a minha desherdação, embora se comettão todos os attentados, que em clubs carbonarios forem forjados; a cousa santa não retrogradará, e eu antes de morrer direi aos meus charos brasileiros – "Vede o fim, de guerra se expiar pela patria; imitai-me". 

Vossa Magestade manda-me, que digo!!! mandão as Cortes por Vossa Magestade, que Eu faça executar, e execute seus Decretos: para eu fazer executar, e executar-los era necessario, que nós Brasileiros livres obedecessemos á facção: respondemos em duas palavras – não queremos. 

Se o povo de Portugal teve o direito de se constituir revolucionariamente; está claro, que o povo do Brasil o tens dobrado, porque se vai constituindo respeitandome a Mim, e ás Autoridades estabelecidas. 

Teimo nestes inabalaveis principios digo (tornando a Deos por testemunha, e ao mundo inteiro) a essa ??? sanguinaria, que eu como Principe Regente do Reino do Brazil, e seu Defensor Perpetuo: Hei por bem declarar todos os Decretos preteridos dessas facciosas, horrorosas, machiavelicas, desorganisadoras, hediondas e pestilentas Cortes, que ainda não mandei executar, e todos os mais, que fizerem parar o Brazil nullos, irritos, e inexequiveis, e como taes com um Veto absoluto, que he sustentado pelos Brasileiros todos, que unidos a Mim me ajudão. 

Fonte: Carta de D. Pedro em que ele responde às recomendações de seu pai, 22 de setembro de 1822.

a) Na fonte 1, quais são as recomendações feitas por Dom João VI ao seu filho? 
b) A partir da leitura da fonte 2, pode-se afirmar que D. Pedro seguiu as orientações de seu pai, rei de Portugal? Justifique sua resposta citando ao menos um trecho da carta 2.

2- Analise a imagem e responda:

O grito do Ipiranga

Independência ou Morte, por Pedro Américo, óleo sobre tela, 1888. Museu Paulista da Universidade de São Paulo, São Paulo.

A pintura, datada de 1888, foi encomendado pelo governo imperial e representa de forma idealizada a proclamação da independência do Brasil.
Veja, a seguir, algumas curiosidades sobre essa pintura:
  • Segundo o próprio Pedro Américo, o homem com seu carro de boi foi introduzido para dar cor à pintura e criar uma paisagem em que a serenidade foi abalada pelo grandioso acontecimento.
  • Testemunhas do episódio afirmaram que D. Pedro e sua guarda montavam burros, e não cavalos, e que os uniformes mais simples dos soldados teriam sido substituídos, na pintura, por trajes de gala.
  • A distância enter o Riacho do Ipiranga e a colina onde está D. Pedro era, na realidade, bem maior do que a representada. O artista aproximou esses lugares para indicar onde foi declarada a independência.
  • A casa que aparece na imagem não existia na época da independência, tendo sido construída por volta de 1884. Ficava no final do Caminho do mar, estrada que ligava São Paulo a Santos e era muito utilizada por tropeiros.
a) O homem com o carro de bois poderia representar qual grupo social?
b) A posição em que D. Pedro aparece na pintura teria qual finalidade? Explique, indicando elementos da pintura.
c) Por que podemos dizer que essa pintura é uma construção simbólica do real? Por que ela não pode ser vista como o retrato da realidade?


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