segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Português - 9º ano A - EF - RECUPERAÇÃO INTENSIVA 3º BIMESTRE

 

EE PROFº DIÓGENES RIBEIRO DE LIMA

9º ano "A"   Profª Jucilene

Língua Portuguesa

ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO 3º BIMESTRE

DE 05 A 09 DE OUTUBRO DE 2020

 

Medidas, no espaço e no tempo, de Stanislaw Ponte Preta

Sérgio Porto

A medida, no espaço e no tempo, varia de acordo com as circunstâncias. E nisso vai o temperamento de cada um, o ofício, o ambiente em que vive.

Nossa falecida avó media na base do novelo. Pobre que era, aceitava encomendas de crochê e disso tirava o seu sustento. Muitas vezes ouvimo-la dizer: – Hoje estou um pouco cansada. Só vou trabalhar três novelos.

Nós todos sabíamos que ela levava uma média de duas horas para tecer cada um dos rolos de lã. Por isso, ninguém estranhava quando dizia que queria jantar dali a meio novelo. Era só fazer a conversão em horas e botar a comida na mesa sessenta minutos depois.

Os índios, por sua vez, marcavam o tempo pela lua. Isso é ponto pacífico, embora, há alguns anos, por distração, eu assistisse a um desses terríveis filmes de carnaval do Oscarito, em que apareciam diversos índios, alguns dos quais, com relógio de pulso.

Sim, os índios medem o tempo pelas luas, os ricos medem o valor dos semelhantes pelo dinheiro, vovó media as horas pelos seus novelos e todos nós, em maior ou menor escala, medimos distâncias e dias com aquilo que melhor nos convier.

Agora mesmo houve qualquer coisa com a Light [companhia de luz] e a luz faltou. Para a maioria, a escuridão durou duas horas; para Raul, não. Ele, que se prepara para um exame, tem que aproveitar todas as horas de folga para estudar. E acaba de vir lá de dentro, com os olhos vermelhos do esforço, a reclamar:

– Puxa! Estudei uma vela inteira.

Comigo mesmo aconteceu de recorrer a tais medidas, que quase sempre medem melhor ou, pelos menos, dão uma idéia mais aproximada daquilo que queremos dizer. Foi noutro dia quando certa senhora, outrora tão linda e hoje tão gorda, me deu um prolongado olhar de convite ao pecado. Fingi não perceber, mas pensei:

“Há uns quinze quilos atrás, eu teria me perdido”.

(In Flora Bender e Ilka Laurito, Crônica: história, teoria e prática. São Paulo: Scipione, 1993, p. 96-97)

 

1. Assinale a alternativa que contém a tese da crônica.

(A) “Para a maioria, a escuridão durou duas horas; para Raul, não”.

(B) “Era só fazer a conversão em horas e botar a comida na mesa sessenta minutos depois”.

(C) “Agora mesmo houve qualquer coisa com a Light [companhia de luz] e a luz faltou”.

(D) “todos nós, em maior ou menor escala, medimos distâncias e dias com aquilo que melhor nos convier”.

 

2. Indique o argumento que justifica a tese apresentada na crônica.

(A) A avó do cronista era pobre e sabia fazer crochê muito bem.

(B) Índios só usam relógio em filmes de Oscarito.

(C) Dependendo de nosso interesse, podemos marcar o tempo não só com o relógio.

(D) Quando há problemas na Light, a luz falta.

3. A frase “Pobre que era” que se relaciona com “aceitava encomendas de crochê”, indica

(A) tempo.

(B) causa.

(C) modo.

(D) conseqüência.

 

4. Assinale a alternativa em que o humor aparece mais acentuado.

(A) ”Nossa falecida avó media na base do novelo”.

(B) “terríveis filmes de carnaval do Oscarito, em que apareciam diversos índios, alguns dos quais, com relógio de pulso”.

(C) “Agora mesmo houve qualquer coisa com a Light [companhia de luz] e a luz faltou”.

(D) "Os índios medem o tempo pelas luas".

 

5. Leia o trecho. Os índios, por sua vez, marcavam o tempo pela lua. Isso é ponto pacífico, embora, há alguns anos, por distração, eu assistisse a um desses terríveis filmes de carnaval do Oscarito, em que apareciam diversos índios, alguns dos quais, com relógio de pulso.

Indique a palavra ou expressão que possui o mesmo sentido de “ponto pacífico”, no texto.

(A) indiscutível.

(B) o que me consta.

(C) em situação de paz.

(D) questionável.

 

6. Releia no texto as frases a seguir.

1. “– Hoje estou um pouco cansada. Só vou trabalhar três novelos.”

2. “– Puxa! Estudei uma vela inteira.”

3. “Há uns quinze quilos atrás, eu teria me perdido".

Observe os sinais gráficos, travessões e aspas, e assinale a afirmação correta.

(A) O autor se utilizou de travessões e aspas simplesmente como recurso estilístico.

(B) Os travessões (nos dois primeiros exemplos) são usados devido a medidas diferentes.

(C) Nos dois primeiros casos, há travessões para indicar a fala das personagens dentro da narrativa.

(D) O uso das aspas e do futuro do pretérito, “teria”, no último exemplo, deve-se à necessidade do autor em enfatizar o tema da crônica.

 

Para responder às questões de números 7 a 11, leia o texto abaixo.

No dia 1o , o fiscal me impediu de expor na feira do Trianon. Me inscrevi em 2004, fiz teste de aptidão, paguei taxas de uso de solo e de licença, e comecei a trabalhar na semana seguinte. O juiz que cassou a liminar provavelmente nem leu o processo. Nossa advogada anexou documentos provando a legalidade dos expositores . que estão com problemas porque funcionários da Prefeitura perderam os documentos de quem fez teste em 2004. Nós, artesãos, criamos objetos de arte considerados cultura no mundo todo . menos no Brasil. E, aos 63 anos, não tenho perspectiva de conseguir outro trabalho.

José Eduardo Pires

Vila Maria Alta

A Prefeitura responde:

Com referência à feira do Trianon, jamais houve perda de documentos. No início de 2006, a Sub Pinheiros entregou as pastas de documentação para a Sub Sé. Na análise técnica do material, viu-se que havia expositores trabalhando irregularmente, sem que as aprovações fossem publicadas no Diário Oficial da Cidade de São Paulo, obrigatórias para que a comunidade saiba quem foram os aprovados e as atividades para as quais estão autorizados. Andrea Matarazzo Secretário das Subprefeituras e Subprefeito da Sé

(São Paulo Reclama. O Estado de S.Paulo, 12 de agosto de 2007, p. C2)

 

7. A carta do leitor identificado acima tem a finalidade de

(A) defender a venda de produtos de artesanato, como símbolos de cultura.

(B) queixar-se do fato de ter sido impedido de trabalhar numa feira de artesanato.

(C) dirigir-se ao juiz que desconsiderou as razões apresentadas por uma advogada.

(D) solicitar a interferência de uma advogada para defender seus direitos.

 

8. A Prefeitura defende a tese de que

(A) os funcionários devem ser responsabilizados por terem desviado documentos, prejudicando os artesãos queixosos.

(B) os fiscais se precipitaram ao impedir o funcionamento da feira de artesanato antes de encontrarem os documentos perdidos.

(C) os artesãos queixosos aparentemente têm razão suficiente para reclamações, mas os responsáveis já estão tomando as medidas cabíveis.

(D) os requisitos legais exigidos para expor e vender trabalhos na feira de artesanato devem ser cumpridos por todos os envolvidos nessa situação.

 

9. É correto afirmar que o reclamante é

(A) um idoso, sem outra alternativa qualquer de trabalho.

(B) uma autoridade responsável pelo cumprimento das leis.

(C) um funcionário, acusado de ser o responsável pela perda de documentos.

(D) um fiscal, que justifica sua atitude em fazer cumprir ordens superiores.

 

10. O argumento apresentado pelo remetente da carta ao jornal, para defender sua licença de trabalho, está no fato de que

(A) é um artesão, que cria obras de arte reconhecidas no mundo inteiro.

(B) é um idoso que deve ser tratado com mais respeito por pessoas mais jovens.

(C) cumpriu todas as exigências legais necessárias, junto à Prefeitura.

(D) ignora o fato de o juiz ter tomado conhecimento das medidas adotadas contra ele.

 

11. Considerando-se a carta do leitor e a resposta da Prefeitura, é correto afirmar que

(A) ambas apresentam a mesma opinião referente à proibição de trabalhar numa feira.

(B) elas divergem quanto à origem do problema surgido com a fiscalização do trabalho.

(C) o Subprefeito aceita a opinião do Remetente, propondo-se a autorizar seu trabalho.

(D) a opinião da Advogada dos queixosos é idêntica à dos funcionários da Prefeitura.

 

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